Hoje vou falar de um tema que tenho assistido nos últimos anos. Muitos dos pais que tenho falado, dizem que o seu filho(a) é uma criança índigo ou cristal. Quando pergunto como chegaram a essa conclusão, dizem salientando as seguintes caraterísticas. O meu filho(a) tem uma capacidade excecional de perceção, ou não se interessa pela escola, pois é muito inteligente e a escola não a cativa, ou simplesmente são “super inteligentes”, ou ainda faz determinadas tarefas sem que alguém o tenha ensinado.
Outros casos falam que os seus filhos têm uma personalidade forte e são com tenra idade muito independentes. Só quero lembrar que atualmente os nossos filhos, estão e estarão muito mais desenvolvidos que a nossa geração (alguns já aprendem na primária inglês, computadores, dança e outras tantas atividades), tem acesso aos últimos modelos de telemóveis, “tablets”, etc. Qual das crianças hoje que não pega num comando de TV e rapidamente sabe onde é os botões do som e de mudar o canal? Para mim, todos, mas não quer dizer que sejam sobredotados.
Os defensores desta crença afirmam que os "Índigos" constituem uma nova geração de crianças com habilidades especiais, e que têm por objetivo a implantação de uma "Nova Era" na Humanidade. Estas crianças são geralmente classificadas como possuidoras de habilidades sociais mais refinadas, maior sensibilidade, desenvolvimento profundo de questões ético-morais e portariam personalidades peculiares que possibilitariam facilmente a sua identificação relativamente a outras crianças. Agora o que desejo informar aos pais dessas crianças, é que o sistema de classificação "crianças índigo ou cristais" é rejeitado por conselhos de pediatria e especialistas em educação infantil, devido ao sistema é tão vago que pode aplicar-se a praticamente qualquer um, levando ao que se conhece como efeito Forer (também chamado falácia de validação pessoal ou efeito Barnum, depois de P.T. Barnum ter dito que "temos de tudo para todos”).
As crianças “Cristal” ou “Índigo” são realmente descritas com características que os diferenciam das crianças normais, tais como a intuição, a espontaneidade, a resistência à moralidade estrita e restritiva, e uma grande imaginação e dons paranormais. Agora o que eu vejo são uma boa quantidade das crianças indisciplinas, hiperativas, com déficit de atenção são classificadas como crianças “Índigo” ou “Cristais”. Agora entendo o crescente interesse de mães, pais e educadores por este assunto, pois assim já não precisamos dizer serem mal-educadas, mas sim crianças índigo. Se não querem estudar ou tem dificuldades em aprender, então serão crianças cristais, e a lista só agora começou. No meu tempo, década de setenta não havia metade desses termos, pois o “deficit” de atenção, a hiperatividade ou ser uma criança com um “dom” eram resolvidas em segundos com o chinelo da mãe ou o cinto do pai (que crueldade pensam alguns, mas era como uma força divina pacificadora que acabava em segundos com todas as manias e tendências da criança). E agora não sou nenhum traumatizado, e fui educado assim.
Atualmente já não se pode bater, ralar, zangar, puxar as orelhas, pois isso tudo traumatiza as crianças. Quem anda atualmente traumatizados são alguns adultos e muitos educadores, e professores neste país. Vale tamanha falta de visão de tantos pais que arranjam mais uma desculpa para não educarem as suas crias. É assim que vai o nosso belo mundo. Fiquem bem e pensem sobre o assunto.